O sonho do salário em dólar: Armadilhas



O ano de 2020 foi marcado pelo corona para as pessoas comuns, e pelo trabalho remoto para os desenvolvedores. Levando em conta o estereótipo da pessoa introvertida e reservada que os programadores têm, o corona não trouxe tantas mudanças assim no lado social, mas o aumento no número de vagas remotas com certeza foi sentido. 

E graças a algumas fintechs como a transferwise e o payoneer, agora é possível receber salário em dólar com taxas justas. Não tem mais essa de ver cotação de dólar a 5 na internet, mas comprar a 6 e vender a 4 pro seu banco. Finalmente você está vendo os anos no curso de inglês te dando vantagem real, não só colocar no currículo igual várias pessoas que nunca conversaram com estrangeiro fazem e nunca nenhum entrevistador tira o tempo pra testar.

Mas junto com esse leque de possibilidades, você acaba se expondo a um outro risco. Aqui no Brasil você conhece fácil as empresas grandes, e tenta se informar por fóruns e conhecidos sobre as desconhecidas. Só que e como fazer com empresas de fora?

Opinião de terceiros importa


Vale a pena gastar um tempinho lendo a opinião de outras pessoas em sites como o Glassdoor

Além disso, não custa nada pesquisar no LinkedIn por pessoas que trabalham na empresa para primeramente ver quem são seus futuros colegas de trabalho e depois entrar em contato com alguns para saber a opinião da empresa.



Tamanho e relevância


Outro ponto importante que é bom levar em consideração é o tamanho da empresa e tentar estimar sua relevância na área. Um caminho interessante para saber o tamanho é pesquisando no Linkedin mesmo. É possível ter uma boa noção de quantas pessoas trabalham na empresa.

Para ter noção da relevância é um pouco mais complicado. Um bom início é pesquisar no Google e ver o quanto a empresa aparece em sites de terceiros, e qual a relevância dos sites em que aparece. Se o único resultado que você encontrar for o da empresa e se o nome ainda for o mesmo de várias outras empresas suspeitas, já é bom ficar esperto!


A questão da cultura


Finalmente, um ponto que pra muitas pessoas pode ser decisivo é a cultura da empresa. Várias vezes não é só o salário das empresas brasileiras que são o problema: a ineficiência brasileira assim como as relações interpessoais fazem parte da cultura em que a empresa está inserida.

Por exemplo, se o seu chefe for brasileiro, ele pode querer dar uma de esperto e se aproveitar do câmbio atual do dólar pra te oferecer um salário muito abaixo da média para padrões americanos ou europeus. Vale reforçar um ensinamento muito importante: nunca dê informações do seu salário atual ou de empregos anteriores em entrevista de emprego. Negocie seu salário com base no que ganha alguém do nível e descrição da vaga.

Finalmente, se a empresa já começa com essas atitudes típicas de brasileiro vigarista, a coisa não tende a melhorar com o passar do tempo. O que nos leva para o último ponto.


Tempo de experiência em um lugar ruim não vai pra currículo


Se você está pensando em aceitar uma vaga duvidosa em dólar só para ter a experiência e poder colocar no currículo para tentar outra melhor, já fica o aviso: não vale a pena. Trabalhar em um lugar insignificante, com um time ruim, pouco produtivo, no qual as vezes vão até tentar colocar a culpa em você, não vai ser algo que você queira colocar no currículo por dois motivos. 

Primeiro, sua experiência não ter gerado nada que tenha acrescentado algo de positivo na sua vida profissional a ponto de ser bem avaliado em uma entrevista. 

Segundo, é comum que entrevistadores americanos liguem para referências profissionais para saberem sobre o candidato, e você não vai querer pessoas incapazes e de índole duvidosa te avaliando para o seu próximo emprego.

Pra concluir, vale muito a pena trabalhar para empresas de outros países remotamente, mas é preciso ficar atento a essas armadilhas (especialmente as de braileiros morando no exterior que querem contratar brasileiros). Já caiu em alguma furada com trabalho remoto? Escreve aí nos comentários!

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