Momentos da Paternidade

Este post é só um relato informal de momentos legais da paternidade. São pequenos casos que acho que valem a pena ser compartilhados.

O Chicote e o Ouro

Convencer seu filho a dedicar atenção e tempo a fazer uma coisa que ele ainda não entende como será importante não é uma tarefa fácil. Sempre temos dois jeitos de convencer: punição e recompensa. Minha experiência pessoal diz que o único verdadeiramente eficaz é por recompensa. Basicamente, punição serve pro que você não quer ver na sua frente, recompensa serve pro que você quer que a criança faça até quando você não está olhando.

Eu acho interessante ter uma "regra mental" definida e compartilhar isso com as crianças pra eles entenderem seu jeito de pensar com relação as prioridades. Por exemplo, eu ordenei como [ 1- estudo, 2- relações familiares, 3- atividade física, 4- relações sociais ] as prioridades em casa. Sempre que tem um conflito de horários ou sobrecarga de atividades, a regra é usada pra organizar a "agenda".

Uma experiência que eu não imaginava ser tão agradável é ver o filho passando em testes e mostrando progresso em uma atividade. Minhas "conquistas" não me deixaram tão felizes quanto as dos filhos: mesmo sendo difícil de acreditar, minha alegria ao ser aprovado em um vestibular ou em um emprego foi menor do que a de ver meu filho passando em um teste. Imagino como deve ser acompanhar a carreira deles quando se tornarem adultos, se tudo der certo na vida deles. 🤗

Os Novos Guerreiros da Casa

Depois de viver um período como casal e ter estabelecido uma rotina e hábitos de casal, demora um tempo até começar a sentir a presença dos filhos em casa conforme eles crescem. Bebês ainda não conseguem fazer praticamente nada além de comer, dormir e sujar fraldas, mas conforme a criança cresce ela começa a deixar sua marca na vida dos pais, seja modificando fisicamente a casa (e isso inclui "pinturas rupestres" nas paredes) e até mesmo soltando comentários no meio das conversas dos adultos.

Uma das manifestações do crescimento do meu filho, menino, aconteceu quando estava fazendo "brincadeiras de quinta série" com minha esposa. Não lembro como começou, se um jogou água no outro quando estava lavando louça, mas a coisa se desenvolveu ao ponto de um ficar empurrando o outro na cozinha e dando risada. Só que o menino mais velho não viu a cena como brincadeira, e achou que eu estava fazendo algum tipo de agressão. Então de repente eu escuto um grito de raiva, seguido dos passinhos correndo, e ele começa a dar um monte de socos na minha perna. 

Depois de alguns segundos entendendo o que tinha acontecido, expliquei pra ele que era brincadeira, não estavamos brigando de verdade, e que eu tinha achado muito legal a atitude dele vir defender a mãe.

E eu parei de fazer essas brincadeiras tão comuns na fase sem filhos na frente deles. 😶

As Esponjas de Vocabulario

Depois de ficar sabendo que algumas crianças andavam falando palavrão na escola, meu filho mais velho admitiu ter falado alguns pra outras crianças. Ouviu bronca, que não era pra se repetir mais, mas ao investigar onde ele aprendeu veio a surpresa: viu no youtube. O problema é que não foi assistindo sozinho, foi ouvindo um vídeo que eu estava assistindo, um desses podcasts de mesa em que as pessoas não pensam muito no que vão dizer...

Ficou claro que tudo que deixamos entrar dentro de casa pela TV, celular, tablet, etc, é absorvido pelas crianças. E o principal: não é possível escolher o que será absorvido... A criança pode assistir 3 horas de programa educativo e não absorver nada, mas aprender palavrão em 15 segundos de uma propaganda ou preview de algum vídeo.

Promoção para Chefe

Mesmo que durante a maior parte da vida profissional você tenha tentado evitar cargos gerenciais por preferir os técnicos, ser pai é virar "líder" ( não sei como não existem mais coaches de pais por aí...). 

E isso quer dizer que você vai ter que "se virar" pra fazer diversas atividades "gerenciais" na sua relação com o filho: escolher as atividades, se programar pra reservar tempo pra conversar com eles e criar vínculos, preparar atividades educacionais, motivar, saber conversar quando fizer algo errado, e aplicar punições quando for necessário.

Sempre vale lembrar que boas lideranças as vezes passam despercebidas pelos liderados, mas as ruins são extremamente explícitas.