A Lei de Jante, Two and a Half Men e nossas vidas...

Em um capítulo do seriado Two and a Half Men, o garoto Jake vai à uma festa do colégio e seu tio Charlie o aconselha a ir direto na menina mais bonita da festa, pois todos os demais garotos vão ter medo dela e ninguem vai tentar nada, ela por outro lado não vai querer ficar sozinha e estará mais apta a aceitar dançar com qualquer um que a pedir.
Lendo um livro do Paulo Coelho ("Ser como o Rio que Flui"), acabei tomando conhecimento da Lei de Jante. Segue a definição da Wikipédia:

A Lei de Jante (em dinamarquês e em norueguês: Janteloven; em sueco: Jantelagen; em finlandês: Janten laki; em feroês: Jantulógin) foi criada pelo autor norueguês/dinamarquês Aksel Sandemose em seu romance En flyktning krysser sitt spor (literalmente, Um refugiado atravessa sua faixa), de 1933, onde descreve a pequenina cidade de Jante, cujo modelo foi tomado diretamente de sua própria cidade natal, Nykøbing Mors, baseado no modo como era no início do século XX. O modelo, contudo, é típico de qualquer cidade pequena, onde ninguém consegue permanecer anônimo.

Definição

Existem dez regras diferentes na Lei de Jante, mas todas elas são variações dum único tópico. As dez regras são geralmente tidas como uma unidade homogênea: Não pense que você é especial ou que você é melhor do que nós.As dez regras são
Não pensarás que és especial.
Não pensarás que estás no mesmo patamar que nós.
Não pensarás que és mais inteligente que nós.
Não acreditarás que és melhor que nós.
Não pensarás que sabes mais que nós.
Não pensarás que és mais importante que nós.
Não pensarás que és bom em alguma coisa.
Não rirás de nós.
Não pensarás que nós nos importamos contigo'.
Não pensarás que nos podes ensinar alguma coisa'.

No livro, os janteanos que transgridem essa "lei" - que não é escrita, mas sim transmitida oralmente - passam a ser tratados de forma suspeita e mesmo de forma hostil, uma vez que a quebra do código vai diretamente ao encontro do desejo comunitário da cidade, que visa a preservação da estabilidade social e a uniformidade.

Quantas vezes não fomos vítimas ou seguidores da Lei de Jante em nossas vidas? Basta discutir filosofia de vida, empreendedorismo, e qualquer outro assunto no qual você tem que se expôr ou se arriscar para conseguir algo grande que a lei se torna mais evidente. Quantos amigos não te bombardeiam por ter uma idéia que vai contra o status anônimo e cotidiano de todos eles? Quantos não te chamam de louco, de arrogante, por defender um ponto de vista que põe em cheque o comodismo e os meios simplistas de viver a vida passados de pai pra filho por gerações e gerações? Quantos pais não brigam com os filhos para "abrir os olhos" destes, para que não desperdicem seu tempo em negócios próprios, em idéias inovadoras e que destroem as bases de tudo que eles sabem?

Eu acredito que cada pessoa tenha o direito de descobrir suas próprias verdades. Digo o direito, e não a obrigação, porque algumas pessoas passam batido pela vida, não aproveitam os momentos, não se arriscam, não sonham alto. Mas esse é o modo de vida que elas escolheram, e não se deve tentar dizer a elas o que fazer. Por isso, se você quer errar, quer arriscar, quer ir longe, não precisa brigar com seus amigos, seus pais, seus conhecidos, mas ignorá-los no que diz respeito ao que você deve ou não fazer pode ser uma sábia decisão.

Na hora de embarcar em uma nova empreitada, não dê muita atenção para a opinião de conhecidos, de parentes, etc... Siga apenas o que sua intuição diz, pois nos momentos em que você passar pelas maiores dificuldades, você vai estar sozinho, e será também só com ela que você poderá contar.

Por fim, acostume-se com a idéia de sempre arrumar novos amigos, conhecer gente nova, para sempre ter opiniões e filosofias diferentes daquelas que você sempre viu. Assim como é bom namorar muito para conhecer bastante dos relacionamentos amorosos ao invés de se casar com a primeira que aparece, também é bom conhecer pessoas com outras filosofias antes de fechar seu circulo de amigos intimos.

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